26 de dezembro de 2008

#18 [imperdoável]











Aqui vão as minhas sinceras desculpas pelo esquecimento imperdoável.

Mesmo atrasados, quero desejar um bom natal a todos vós!
Vou aproveitar a ocasião para tentar entender...

Natal [significado da palavra]

- do Lat. natale
- adj. 2 gén.,
respeitante a nascimento;
natalício;
pátrio;
- s. m.,
dia ou época em que se comemora o nascimento de Jesus Cristo (grafado com inicial maiúscula);
dia do nascimento.


Natal [significado religioso]

- Nascimento de do filho de Deus, Jesus Cristo, salvador dos homens.

Natal [significado social assumido]

- Feriado nacional em muitos países do mundo .
- Época em que todos pensamos no próximo, palavras como compaixão, solidariedade, partilha, paz, harmonia e outras mais fazem todo o sentido sentido.
- Época de reunir a família e de reconciliação.

Natal [os factos]

As evidências confirmam que, num esforço de converter pagãos, os líderes religiosos adoptaram a festa que era celebrada pelos romanos, o "nascimento do Deus sol invencível" Natalis Invistis Solis, e tentaram fazê-la parecer “cristã”. Para certas correntes místicas como o Gnosticismo, a data é perfeitamente adequada para simbolizar o Natal, por considerarem que o sol é a morada do Cristo Cósmico. Segundo esse princípio, em tese, o Natal do hemisfério sul deveria ser celebrado em Junho.Há muito tempo se sabe que o Natal tem raízes pagãs. Por causa de sua origem não-bíblica, no século 17 essa festividade foi proibida na Inglaterra e em algumas colónias americanas. Quem ficasse em casa e não fosse trabalhar no dia de Natal era multado. Mas os velhos costumes logo voltaram, e alguns novos foram acrescentados. O Natal voltou a ser um grande feriado religioso, e ainda é em muitos países.

Natal [na primeira pessoa]

Sem crer ferir a fé de alguns, considero o período de tempo (aproximadamente um mês) que antecede o dia 25 de Dezembro de todos os anos da minha vida como a constatação de um facto:
o natal é uma farsa. Uma hipocrisia, um faz de conta, um beija-a-mão, uma demonstração de poder, uma desculpa, uma manta em que nos deitamos confortavelmente o resto do ano.
No natal lembramo-nos daqueles que não queremos ver no resto do ano. Fazemos contas às prendas que recebemos, de quem recebemos, o valor aproximado, tudo para que ninguém receba nem mais nem menos o que deu anteriormente. Mais recentemente alargamos horizontes. Short Messenge Service, vulgo SMS, mensagem de telemóvel para aqueles que infelizmente não entenderam, essas sim revolucionaram o natal. Milhões e milhões de mensagens enviadas na noite da consoada, ouço-os orgulhosos na tv. Pergunto. Está tudo louco? No dia da consoada quero é estar sossegado, gozar um dia sem trabalhar, estar com a família, um monte de coisas mais facilmente surgem na minha cabeça. Enviar e receber, compulsivamente, sempre as mesmas mesagens àquelas pessoas que só nos lembramos quando vêmos o nome do ecrã do telemóvel. Para depois recebermos um sem número de mensagens de volta, todas iguais, reenvio de reenvio de reenvio, tudo isto é uma forma de dependência social. Uma forma de vazio, na minha opinião.

nota: No ano passado aproveitei a ocasião para realizar uma experiência hà muito pensada. É mais fácil entender a experiência e os seus resultados se passar logo para a descrição do que realmente fiz em vez de perder tempo com teorias e objectivos e bla, bla. No dia 23 de Dezembro de 2007 escrevi uma mensagem bem elaborada, desejar um bom natal com um pequeno desenho no final, daqueles feito com o aproveitamento de letras, daqueles que agrada aos olhos da grande maioria das pessoas. Enfim! Uma coisa à séria. A escolha da data foi programada, tinha que ser um pouco afastada do 25 para dar tempo ao tempo. Enviei a mensagem a alguns amigos. Voilá, no dia 24 recebi por duas vezes as mesma mensagem dirigida a mim! Conclusão: Um grande vazio de sentimentos!

O natal é mais uma obrigação social que nos lixa a vida todos os anos! Não preciso de uma data para oferecer algo a alguém de quem gosto, não preciso de uma altura do ano em que sou solidário, não preciso de uma altura do ano para pensar nos outros! Tudo isto é conversa fiada para manter uma tradição que presentemente é baseada na publicidade.
Por vezes, em tertúlias, digo: a televisão é a bíblia do século XX. Nada mais próximo da verdade.

Natal
[Cristo rei]

Dá-nos Samsung.

7 de dezembro de 2008

#17 [it´s just a ride]



do zero até agora.

27 de novembro de 2008

#16 [um dia]


um dia tomo a decisão
um dia invento qualquer coisa
um dia consigo ver mais além
um dia falha-me a memória
um dia perco tudo
um dia ganho um dia
um dia vou ver o mundo
um dia fico para o pôr do sol
um dia sinto que algo mudou
um dia não sei se vou conseguir mudar
um dia sim algo vai mudar
um dia nada mais interessa
um dia tudo acabará

um dia
olha foda-se, um dia morro e pronto

24 de novembro de 2008

#15 [a viagem]



mais um pequeno contributo para o mundo...

ps: música do grande Sérgio "Cowboy"


19 de novembro de 2008

#14 [mad bill]

Bill Hicks (Dec 16, 1961 – Feb 26, 1994)

#13 [louco]

George Carlin (May 12, 1937 – June 22, 2008)

12 de novembro de 2008

#8 [Raios]


Porque raio não utilizam o nosso dinheiro, uma vez que seja, em algo realmente produtivo para todos nós?

6 de novembro de 2008

#7 [a dura realidade]


"Give me control of a nation´s money supply, and i care not who makes its laws"

"We shall have a Worl Government, whether or not we like it.
The only question is whether World Government will be achieved by conquest or consent."

"None are more hopelessly enslaved than those falsely belive they are free."

5 de novembro de 2008

#6 [free yourself]




Aqui vai a minha pequena contribuição.

#5 [W.]




Hoje decidi ir ver como era o mundo antes de ser livre!

#4 [o mundo é hoje oficialmente livre]


Bom, podem parar de rezar.
O Sporting está nos oitavos de final e o mundo, finalmente, é livre.

livre:

do Lat. liberu

adj. 2 gén.,
que tem liberdade; salvo, solto; isento; absolvido; libertado; desimpedido; franqueado; desocupado; aberto; patente; não comprometido; não monopolizado; disponível; licencioso; dissoluto; espontâneo;

De manhã liguei a tv, saí de casa, olhei à minha volta e algo me diz que nada mudou.
Rezar continua a não fazer parte dos meus planos.

Vou continuar com a minha casmurrice céptica.

4 de novembro de 2008

#3 [o dia da mudança]


Hoje será um dia histórico para todos nós.
O Sporting joga o apuramento, pela primeira vez na história, para os oitavos de final da Liga dos Campeões.
Os sportinguistas rezam pela vitória. O resto do mundo reza por Obama.
Eu não rezo. Tornei-me descrente.

Por alguma razão nasci benfiquista.

29 de outubro de 2008

#2 [onde chegamos]


Orgulho de ser português

“Portugal tem um défice de responsabilidade civil, criminal e moral muito maior do que o seu défice financeiro, e nenhum português se preocupa com isso apesar de pagar os custos da morosidade, do secretismo, do
encobrimento, do compadrio e da corrupção. Os portugueses, na sua infinita e pacata desordem existencial, acham tudo 'normal' e encolhem os ombros.

Por uma vez gostava que em Portugal alguma coisa tivesse um fim, ponto final, assunto arrumado. Não se fala mais nisso. Vivemos no país mais inconclusivo do mundo, em permanente agitação sobre tudo e sem concluir nada.

Desde os Templários e as obras de Santa Engrácia, que se sabe que nada acaba em Portugal, nada é levado às últimas consequências, nada é definitivo e tudo é improvisado, temporário, desenrascado.

Da morte de Francisco Sá Carneiro e do eterno mistério que a rodeia, foi crime, não foi crime, ao desaparecimento de Madeleine McCann ou ao caso Casa Pia, sabemos de antemão que nunca saberemos o fim destas histórias, nem o
que verdadeiramente se passou nem quem são os criminosos ou quantos crimes houve.

Tudo a que temos direito são informações caídas a conta-gotas, pedaços do enigma, peças do quebra-cabeças. E habituámo-nos a prescindir de apurar a verdade porque intimamente achamos que não saber o final da história é uma
coisa normal em Portugal e que este é um país onde as coisas importantes são 'abafadas', como se vivêssemos ainda em ditadura.

E os novos códigos Penal e de Processo Penal em nada vão mudar este estado de coisas. Apesar dos jornais e das televisões, dos blogues, dos computadores e da Internet, apesar de termos acesso em tempo real ao maior
número de notícias de sempre, continuamos sem saber nada, e esperando nunca vir a saber com toda a naturalidade.


Do caso Portucale à Operação Furacão, da compra dos submarinos às escutas ao primeiro-ministro, do caso da Universidade Independente ao caso da Universidade Moderna, do Futebol Clube do Porto ao Sport Lisboa Benfica, da
corrupção dos árbitros à corrupção dos autarcas, de Fátima Felgueiras a Isaltino Morais, da Braga parques ao grande empresário Bibi, das queixas tardias de Catalina Pestana às de João Cravinho, há por aí alguém que acredite que algum destes secretos arquivos e seus possíveis e alegados, muito alegados crimes, acabem por ser investigados, julgados e devidamente punidos?

Vale e Azevedo pagou por todos. Quem se lembra dos doentes infectados por acidente e negligência de Leonor Beleza com o vírus da sida?

Quem se lembra do miúdo electrocutado no semáforo e do outro afogado num parque aquático?

Quem se lembra das crianças assassinadas na Madeira e do mistério dos crimes imputados ao padre Frederico ?Quem se lembra que um dos raros condenados em Portugal, o mesmo padre Frederico , acabou a passear no Calçadão de
Copacabana?

Quem se lembra do autarca alentejano queimado no seu carro e cuja cabeça foi roubada do Instituto de Medicina Legal?
Em todos estes casos, e muitos outros, menos falados e tão sombrios e enrodilhados como estes, a verdade a que tivemos direito foi nenhuma.

No caso McCann, cujos desenvolvimentos vão do escabroso ao incrível, alguém acredita que se venha a descobrir o corpo da criança ou a condenar alguém? As últimas notícias dizem que Gerry McCann não seria pai biológico da
criança, contribuindo para a confusão desta investigação em que a Polícia espalha rumores e indícios que não têm substância.

E a miúda desaparecida em Figueira? O que lhe aconteceu?

E todas as crianças desaparecida antes delas, quem as procurou?

E o processo do Parque, onde tantos clientes buscavam prostitutos, alguns menores, onde tanta gente 'importante' estava envolvida, o que aconteceu? Arranjou-se um bode expiatório, foi o que aconteceu.

E as famosas fotografias de Teresa Costa Macedo? Aquelas em que ela reconheceu imensa gente 'importante', jogadores de futebol, milionários, políticos, onde estão? Foram destruídas? Quem as destruiu e porquê?

E os crimes de evasão fiscal de Artur Albarran mais os negócios escuros do grupo Carlyle do senhor Carlucci em Portugal, onde é que isso pára? O mesmo grupo Carlyle onde labora o ex-ministro Martins da Cruz, apeado por causa de um pequeno crime sem importância, o da cunha para a sua filha.

E aquele médico do Hospital de Santa Maria suspeito de ter assassinado doentes por negligência? Exerce medicina?

E os que sobram e todos os dias vão praticando os seus crimes de colarinho branco sabendo que a justiça portuguesa não é apenas cega, é surda, muda, coxa e marreca.

Passado o prazo da intriga e do sensacionalismo, todos estes casos são arquivados nas gavetas das nossas consciências e condenados ao esquecimento. Ninguém quer saber a verdade. Ou, pelo menos, tentar saber a verdade.

Nunca saberemos a verdade sobre o caso Casa Pia, nem saberemos quem eram as redes e os 'senhores importantes' que abusaram, abusam e abusarão de crianças em Portugal, sejam rapazes ou raparigas, visto que os abusos sobre
meninas ficaram sempre na sombra.

Existe em Portugal uma camada subterrânea de segredos e injustiças, de protecções e lavagens, de corporações e famílias, de eminências e reputações, de dinheiros e negociações que impede a escavação da verdade. Este é o maior fracasso da democracia portuguesa
.”

Artigo de Clara F. Alves


27 de outubro de 2008

#1 [e fez-se luz!]


"A minha próxima vida quero vivê-la de trás para a frente. Começar morto para despachar logo esse assunto. Depois acordar num lar de idosos e sentir-me melhor a cada dia que passa. Ser expulso porque estou demasiado saudável, ir receber a pensão e começar a trabalhar, receber logo um relógio de ouro no primeiro dia. Trabalhar 40 anos até ser novo o suficiente para gozar a reforma. Divertir-me, embebedar-me e ser de uma forma geral promíscuo, e depois estar pronto para o liceu. Em seguida a primária, fica-se criança e brinca-se. Não temos responsabilidades e ficamos um bébé até nascermos. Por fim, passamos 9 meses a flutuar num spa de luxo com aquecimento central, serviço de quartos à descrição e um quarto maior de dia para dia e depois Voila! Acaba como um orgasmo!
I rest my case."

'A minha próxima vida' de Woody Allen